Em uma certa noite de verão, ele procurou a melhor forma de retirar a sua amada de casa. Estava com o estômago roncando e com aquele frio na barriga pelo desejo de reencontrá-la. Sem conhecer os cardápios da região, a certeza era que mesmo se a comida não fosse boa, a noite teria que ser cálida, agradável e um tanto romântica, era o que esperava.
Sem saber ao certo o que fazer e onde levá-la, resolveu pegar a estrada e percorrer vários quilômetros em busca de lembranças antigas e de um jantar inspirador ao lado dela, misteriosa e imprevisível, mas linda, fatal e sempre sem deixar o encanto de lado. Enquanto as mãos mexiam geladas e o destino se aproximava, o nervosismo era um tanto visível.
Chegando lá, um filme passava com as velhas memórias na cabeça, e compartilhar aquele momento fazia com que eles se aproximassem. A partir daí aconteceu o inesperado, quando tudo caminhava para dar certo, ele olhou para ela no meio da multidão e percebeu que o tempo tinha passado e ela estava faminta (e todos sabem que mulher faminta é pior que jiló), aguardando aquele inspirado jantar a quilômetros de distância.
Olhando para um lado e para o outro, percebendo que a realidade não era tão inspiradora como na Champs-Élysées e que as barrigas precisavam ser ocupadas, entraram na lanchonete mais próxima e apreciaram uma suculenta coxinha de frango com catupiry, no meio de várias pessoas passando e fazendo barulho. O embaraço foi mútuo, os dois caíram na gargalhada de barriga cheia e o jantar ficou para um próxima oportunidade.
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