A vizinha do quinto andar

Certo dia, João resolve fazer um jantar e convida a vizinha do quinto andar do prédio em que mora para apreciar os seus dotes culinários. Ele, um cara pretensioso, fez o que sabe de melhor para tentar conquistá-la. Arrumou a mesa, escolheu bem os ingredientes e acertou na meia luz da sala de jantar. Achando que ia arrasar naquela noite, não imaginou que os camarões flambados no conhaque causariam um ataque alérgico daqueles à convidada.

A garota chegou por volta das sete e meia, com o cabelo ainda molhado, um vestidinho branco arrasador e disfarçando bem a sua pretensão de ter uma noite maravilhosa com o João. Ela se mantém discreta, com um sorriso encantador e disfarçando a sua malícia. A Lili que tinha em média uns vinte e oito anos e era recém chegada na vizinhança, não resistiu ao cheiro que sentia dos camarões e atacou.

Na primeira garfada, Lili, começou a se coçar e quando menos espera já estava toda vermelha e com dificuldade para respirar. João sem saber o que fazer, e ainda por cima preocupado com a medida do sal na comida, não conta outra, agarra a garota pelo colo, entra no elevador e se encaminha para o hospital do bairro. Chegando lá Lili é atendida pelo plantonista que lhe dá um antialérgico e leva a menina para repousar.

João espera paciente pela melhora da sua vizinha, que, aliás, aparentava ser mais gostosa do que a sobremesa que tinha preparado com o açúcar pedido emprestado lá no quinto andar, no apartamento 502, onde conhecerá. E por volta de uma da matina a garota recebe alta e o João todo envergonhado leva a garota pra casa. Durante o caminho João se desculpou por não saber da alérgia da garota e ainda (para não perder a oportunidade) aproveitou para perguntar se o paladar tinha agradado.

Chegando lá a Lili, que não agüentava mais os pedidos de desculpas, agarrou o João, numa daquelas medidas “cala boca e beija logo” e eles se curtiram durante um bom tempo, até que famintos resolveram comer. Os camarões ainda estavam na mesa, e continuaram lá até o outro dia. O lanche da madrugada: sanduíche com queijo e presunto. Os dois: duraram mais do que os camarões em cima da mesa, estão juntos até hoje. Só que quem prepara a comida é a própria Lili.

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